Especialista explica o que levar em conta na hora do orçamento de viagem.
Um planejamento de viagem envolve muito mais do que escolher o destino dos sonhos, reservar passeios e fazer as malas. Para o assessor de investimentos Arthur Stuart, é fundamental ter uma meta de valor para se organizar financeiramente e viajar sem prejudicar as contas domésticas.
E claro, quando se trata de planejamento de viagem para onde quer que seja, a palavra-chave é antecedência. Dessa forma, é possível entender todas as necessidades pertinentes ao destino escolhido para só então estipular um orçamento para viagem. E o valor, o assessor já adianta que poderá variar muito conforme seu estilo e objetivo.
“Tudo depende de quão cara será essa viagem em relação ao seu padrão de vida. Mas, como regra geral, é importante que, com o máximo de antecedência possível, você estabeleça uma meta de valor para poupar mensalmente, deixando essa quantia investida em renda fixa com liquidez, até atingir o seu objetivo”, sugere Stuart.
Por que é importante planejar uma viagem?
O planejamento de viagem é importante para que se tenha tempo suficiente de organizar o quanto gastar, conforme as expectativas e desejos para a viagem. É na hora do planejamento que os cálculos devem ser feitos minuciosamente, como orienta Stuart.
“Para não errar no cálculo da reserva financeira para viagem, é importante listar, categorizar e analisar com precisão quais serão os principais gastos que você terá: hospedagem, transporte, alimentação, ingressos, compras e presentes, etc”, exemplifica.
O assessor de investimentos ainda aconselha que, para ter segurança, depois de finalizar a estimativa financeira, o ideal é tentar poupar 20% a mais do que estimado, como forma de proteção contra qualquer imprevisto ou erro de cálculo.
Além disso, também é muito importante ter estratégias de autocontrole para evitar extrapolar nos gastos. Por isso, uma dica valiosa é começar a monitorar os hábitos financeiros no dia a dia.
“Se você já tem uma vida financeira equilibrada, muito provavelmente não terá grandes problemas na sua viagem. Evite decisões ‘no calor do momento’, e principalmente cuidado com o cartão de crédito: as parcelas no cartão de crédito não desaparecerão quando a viagem terminar”, alerta.
Como fazer um planejamento de viagem?
Depois de ter estabelecido o destino e o orçamento, o planejamento de viagem começa a se tornar mais prático. Stuart explica que não existe uma antecedência exata para realizar as reservas e compras, mas que cada item da lista deve ser analisado.
“Se estamos falando de comprar roupas e acessórios para a viagem, bem como ingressos para passeios ou coisa parecida, não existe uma regra específica. Esses são itens que dificilmente sofrerão mudanças em seus preços entre a data que você decidiu viajar e a data efetiva da viagem”, comenta.
“Já com relação a reserva de passagens aéreas ou hospedagem a situação é bem diferente. Nesses casos, estamos falando de um mercado muito mais volátil, com tarifas ‘flutuantes’ e sujeitas a todo tipo de oferta-relâmpago”, complementa o assessor.
Para ele, as hospedagens podem ser reservadas o quanto antes, como forma de evitar imprevistos que possam estragar o passeio por completo. Por outro lado, para as passagens aéreas a regra geral é aguardar até três meses para poder comprar.
“Se só faltam três meses para acontecer a sua viagem e você ainda não encontrou aquela ‘promoção imperdível’, é melhor comprar os bilhetes de qualquer jeito, pois a tendência é que os preços só aumentem quão mais próximo da data você se aproximar”, destaca.
Outra dica do assessor é utilizar as ferramentas online que acompanham a flutuação nos preços das passagens e pacotes de viagens, com indicadores se o bilhete está caro ou barato em comparação a outros períodos.
Como organizar o câmbio no planejamento de viagem internacional
Para quem vai fazer uma viagem internacional, os fundos cambiais acabam se tornando uma alternativa atrativa de investimento. Isso pois, o investidor poderá fazer uma aplicação em real visando utilizar o rendimento do valor para compra da moeda estrangeira.
“Um fundo cambial é uma modalidade de fundo de investimento que tem como objetivo principal proteger o investidor da volatilidade de determinada moeda estrangeira na qual ele está investido. Ou seja, ele investe a maior parte do seu patrimônio (até 80%) em determinada moeda estrangeira”, explica o especialista.
Assim, o fundo cambial pode ser um grande aliado para que, caso a viagem seja para os Estados Unidos, por exemplo, seja possível proteger a reserva mensal aplicando-a em dólar enquanto constitui o valor total necessário para viajar.
Entretanto, Stuart avisa que ainda que eficiente para o objetivo que se destina, ter cautela é indispensável para esse tipo de investimento, sendo necessário entender bem a estratégia utilizada.
“É importante frisar que você estará expondo sua reserva financeira para qualquer volatilidade que o dólar sofrer enquanto o valor estiver aplicado. Ou seja, se o dólar passar por uma desvalorização expressiva nesse período, o valor que você aplicou também se desvalorizará em medidas proporcionais”, afirma o assessor de investimentos.
Quando se trata de viagens nacionais, o especialista confirma que o dólar também pode interferir, mas não o suficiente para que todos precisem se preocupar exageradamente com taxas cambiais.
“Esse tipo de situação é algo que, em termos microeconômicos, foge totalmente do nosso controle. Não diria que deve ser prioridade para alguém que está planejando uma viagem nacional se preocupar com isso”, diz Stuart.