Mercatus analisou pastas ligadas ao desenvolvimento econômico do estado.
No último domingo (1), o governador de Alagoas, Paulo Dantas (MDB), empossou 27 secretários que irão atuar durante o segundo mandato do gestor, que iniciou no ano passado após a saída de Renan Filho (MDB).
Algumas pastas contam com novos nomes, e outros já veteranos, continuaram nos cargos. Mas quais serão os impactos que essas mudanças e permanências podem causar no estado?
A Mercatus consultou uma cientista política para analisar pastas ligadas diretamente ao desenvolvimento econômico de Alagoas, como Turismo, Fazenda, Tecnologia e Emprego. Confira:
As Secretarias de Estado da Ciência, Tecnologia e Inovação (Secti), da Fazenda (Sefaz) e do Trabalho e Emprego (Sete) são algumas das pastas que mantiveram os secretários da gestão anterior, enquanto a recém-criada Indústria, Comércio e Serviços (Seics) e o Turismo (Setur) passam a ter novos nomes para 2023.
De acordo com a cientista política Luciana Santana, o governo Paulo Dantas é de continuidade, então já era esperado que o gestor tentasse manter o eixo de algumas secretarias que se destacaram durante o governo Renan Filho.
“A gente já tinha visto algumas mudanças na Secti, mas com o alinhamento muito claro em termos de quais políticas iam ser desenvolvidas, então não teve mudança efetivamente política. Na parte da Fazenda também se mantém essa continuidade, e também a Secretaria de Trabalho e Emprego, então mostra a força da continuidade do governo Paulo Dantas”, diz Santana.
Ainda segundo a cientista, a continuidade da gestão não significa que não possa haver novas políticas durante o governo. “De qualquer forma, seria bom ter continuidade daquelas secretarias ou daquelas políticas em que houve destaque e boa avaliação por parte da população, e que efetivamente tem mostrado mudanças para as pessoas”, destaca.
Apesar de continuidade, há necessidade de marca própria, diz Santana
Luciana Santana avalia, ainda, as mudanças de algumas secretarias como a necessidade de registrar uma marca própria do governo Paulo Dantas. Para a cientista política, a troca de alguns nomes em pastas tende a sinalizar a intenção de Dantas em melhorar o desenvolvimento econômico de Alagoas.
“Primeiro, realinhamento de forças políticas, que são importantes. Por mais que os nomes sejam técnicos, acaba de alguma maneira sinalizando para aquele setor qual a direção do governo. Então isso indica, de alguma maneira, a força que esses setores estão tendo enquanto priorização por parte do governador reeleito”, explica a cientista política.
Em relação ao turismo, principal atividade econômica do estado, Santana diz que é uma área onde é possível ampliar o impacto de políticas públicas efetivas, podendo, por sua vez, fortalecer outras áreas.
“Se você amplia, fortalece o turismo no estado, se você cria políticas públicas eficientes, é possível que você ali consiga impactar outras áreas, outras políticas públicas. Então pode ser por aí que a gente vá observar uma marca mais própria da gestão Paulo Dantas em detrimento de tudo que a gente viu até agora”, salienta.
Renan Filho no Ministério dos Transportes: o que muda?
Outra figura política alagoana que também teve destaque nesta semana foi o ex-governador Renan Filho, eleito senador, que assumiu o Ministério dos Transportes do governo Lula na última segunda-feira (2). Responsável pelas políticas nacionais de trânsito, de transportes ferroviário e rodoviário, e pelo desenvolvimento da infraestrutura ferroviária e rodoviária, Renan representa Alagoas nos ministérios.

Luciana Santana explica que o alinhamento de atores políticos de Alagoas com o governo federal é positivo, já que é uma oportunidade de buscar benefícios para sua região. A cientista política vê, ainda, que apesar do ex-governador estar atento às questões nacionais, é possível que pleitos relacionados a Alagoas ganhem prioridade.
“Execução de emendas do estado de Alagoas, apresentada pelos deputados e senadores. No caso do Ministério dos Transportes, acaba também beneficiando, e isso, claro, é extremamente importante para o estado, ter esses atores políticos. Isso acaba sendo extremamente positivo, mas claro, demanda também de articulação e vontade, e acredito que ele terá essa pré-disposição para trazer algum benefício para o estado, e reverter em capital político para ele se utilizar disso posteriormente, já que ele [Renan Filho] tem ambições políticas futuras. Então isso acaba sendo estratégico”, comenta.
Veja quem são alguns dos secretários de Alagoas
- Secretaria do Estado do Turismo (Setur) – Bárbara Faustino Braga
A advogada tem oito anos de experiência no serviço público do estado, e já atuou como chefe de gabinete na pasta, anteriormente chamada Sedetur.

- Secretaria de Estado da Indústria, Comércio e Serviços (Seics) – Caroline Laurentino de Almeida Balbino
Advogada da área empresarial, já integrou o Conselho de Contribuintes da Secretaria da Fazenda do Estado de Alagoas.

- Secretaria de Estado do Trabalho e Emprego (Sete) – Arthur Jessé Mendonça de Albuquerque
Bacharel em Direito, o secretário já esteve à frente da pasta entre 2017 e 2022, durante a gestão do ex-governador Renan Filho.

- Secretaria de Estado da Ciência, Tecnologia e Inovação (Secti) – Sílvio Romero Bulhões Azevedo
O zootecnista está no cargo desde maio de 2021, e já foi secretário das pastas de Assistência e Desenvolvimento Social e de Agricultura. Na Secti, o destaque do secretário foi a instalação do Centro de Inovação Tecnológica e programas de inclusão digital, a exemplo do Oxetech.

- Secretaria de Estado da Fazenda (Sefaz) – George André Palermo Santoro
Formado em Direito, mestre em Contabilidade e Administração com especialização em economia empresarial e Direito do Trabalho e Previdência, além de especialista em administração pública, o secretário atua na pasta desde 2015. Anteriormente, também teve passagem pela Secretaria da Fazenda do Rio de Janeiro.
